Entrevista: Vincent D'Onofrio

Após 18 meses afastado, o ator retorna, a "Law & Order:. Criminal Intent '
Por Irene Lacher, Especial para The Los Angeles Times

24 de abril de 2011

Após um ano e meio, Vincent D'Onofrio, 51, retorna com "Law & Order: Criminal Intent", como o brilhante, mas problemático detetive Robert Goren para a 10ª temporada da série, que estréia 01 de maio na rede do USANetwork.

Eu gosto do seu personagem, Det. Goren, mas ele parece ter uma reação dúbia. Eu acho que algumas pessoas não conseguem compreende-lo.

Sempre foi assim. Eu acho que é bom. Não é para todos, especialmente a forma como eu o interpreto não é para todos os gostos. Existem pessoas, eu acho, a não ser que se permitam dar o salto de fé, que não gostam da inteligência, a quantidade absurda de conhecimento que ele tem. Não é mais fácil em um episódio de 40 minutos para resolver um crime [convincente] em primeiro lugar, mas depois de ter um cara que é tão inteligente quanto Goren para solucioná-lo, meio que torna ainda mais difícil de conseguir. É uma batalha para que as pessoas gostem, eu acho. Por outro lado, as pessoas que dão o salto de fé o amam. Eu digo que não com arrogância. Acredite em mim, toda vez que eu vou para algum lugar, a trabalho eu ouço isso.

Goren está vendo um psiquiatra nesta temporada, certo?

Talvez. Nós não tiramos nada disso ainda. Mas a palavra é que sim, Goren está vendo um psiquiatra.

Por que você saiu da série e por que você está de volta?

Eu precisava de descansar um pouco e passar tempo com meus filhos, família e minha esposa. Eu escrevi com um casal de amigos meus e dirigiu um filme que vai ser distribuído no próximo inverno, chamado de "Don't Go in the Woods", um filme muito louco, é um slasher musical. Eu queria fazer coisas assim, e durante o último ano e meio, eu desenvolvi três filmes. Aquele foi feito. Nós vamos fazer um anúncio sobre o segundo que eu e meus amigos escrevemos e que estamos produzindo.

Conte-me sobre o slasher musical.

Eu e dois amigos - Joe Vinciguerra e Sam Bisbee, que é um músico - tinhamos essa idéia sobre um bando de crianças que vão para a floresta, e todos cantam e todos morrem. É modelada como um filme de terror B, mas é um musical com música bonita. Nós o lançamos fora de Nova York com atores desconhecidos. O filme custou US $ 100.000, e filmamos em 12 dias.



O que fez você voltar?

Dick [Wolf] me ligou. Dick tem sido um grande incentivador meu desde que começou a série. Quando eu estava cansado, ele me ajudou, então, eu não sei porque ele faz isso, porque ele é um empresário incrível, surpreendente e, geralmente, empresários não se preocupam com o que seus atores estão pensando. Mas no meu caso com Dick, que é exatamente o oposto. E ele sempre tentou me acomodar da melhor maneira que podia, sem, naturalmente, a ser ridículo. Eu não quero dizer nada sobre a série com Jeff [Goldblum], porque eu pensei que estava deixando-a bem e que Jeff ia ser a pessoa perfeita para esse papel. Por que a série não deu certo, eu não tenho idéia.

Como estava fazendo a série em 2004 acabou por ser hospitalizado por esgotamento nervoso, e por que não será esse o caso agora?

É muito simples. Nós não estamos fazendo essa quantidade tão grande de episódios.

Quantas você estava fazendo, então?

Vinte e três. Não era só eu, era Kate [co-star Kathryn Erbe] também. Nós dois tínhamos filhos, e nós estávamos trabalhando 10 meses no ano talvez com um alguns dias de folga aqui e um alguns dias de folga lá. E chegou a um ponto, eu acho que foi na segunda ou terceira temporada, foi uma época brutal, brutal. E eu nunca, nunca, não importa que tipo de dinheiro que eles me oferecem, nunca faça isso de novo!

É por isso que tem oito episódios?

Sim, nós estamos fazendo oito. E minha mulher me disse que os USA está empurrando realmente os "últimos oito", a coisa temporada final, que eu acho que é realmente interessante. Eu sei como é o negócio de televisão muito bem agora. Estive nela por 10 anos, e eu nunca ouvi falar de uma empresa dizer que algo acabado, até que realmente acabou. Eu sempre pensei que as pessoas estavam na televisão para o dinheiro, as empresas. E por que matar alguma coisa se eles pudessem descobrir como ganhar dinheiro com isso? Eu acho que a partir de um ponto de vista do ator, porque eu certamente não estou fazendo um anúncio oficial porque eu não tenho controle sobre essas coisas, eu diria que provavelmente não será feito. Eu diria que "Criminal Intent" estará de volta de alguma forma depois desses oito episódios, em algum momento.
Falando de Deus, o primeiro episódio da nova temporada lida com malfeitos na Igreja Católica. Você foi coroinha, não foi?Qual foi a sensação de trabalhar nesse episódio?

Eu sempre achei um pouco tensas, quando fizemos trabalhos em que a igreja estava envolvida. É o mesmo quando você faz trabalhos sobre maus policiais. Como sabem, nesses tempos, todos gostam de ouvir histórias horríveis sobre pessoas; contos sendo contados é coisa mais popular do universo, agora, na internet, na televisão. E eles sempre têm algo para contar, sobre a igreja e eles sempre têm para contar cerca de agentes da lei.Eu só acho que você tem que ter muito cuidado quando você pisar nessas águas, pois em ambas as instituições há muita coisa boa que tem sido feita. Há uma grande quantidade de sacerdotes neste país que são mais parecidos com os assistentes sociais que os indivíduos que têm de responder ao Papa, e não obter crédito. E o mesmo com os policiais.